Há quem dera
Que eu fosse ainda uma criança
Com a inocência estampada no rosto
E curtindo ainda minha infância
Na minha infância
As brincadeiras eram de criança
Não tinham maldades
Malicia nem arrogância
Más sim, a esperança de uma vida melhor
Brincava de amarelinha
Corria pela cozinha
Brincava de cobra cega
Brincava de pique – esconde
Escondia-me atrás do monte
E não parava um instante
Ia à padaria sem correria
Não ouvia gritaria
Não via covardia
Apenas dava risadas
Das historias engraçadas
E das palhaçadas
Que eu e meus amigos ouvíamos e fazia
Ate chegarmos à padaria
Oh! Como eu queria
Ser criança novamente
Ser criança é ser inocente
É ser verdadeiro
É perdoar o mundo inteiro
Ser criança é alegria
É gostar de poesia
É gostar de folia
É gostar de bola
É ir pra escola
É jogar peteca
É brincar de boneca
É correr na praça
É quebrar vidraça
Há quem me dera
Ser criança novamente
Eu queria rir somente
Só queria voltar a ser inocente
As crianças de hoje
Não são como antigamente
O sorriso no rosto
Não é mais tão inocente
Há uma malicia nos olhos
É um vocabulário indecente
Hoje:
Jogar bola de gude
Brincar de amarelinha
É coisa de mariquinha
A onda é:
O baile de rua
O arrastão na praia
E surfar no trem
Mas isso não é brincadeira de criança
Nem vida pra ninguém
Há quem dera
Que a infância de hoje
Fosse como antigamente
Sem maldades nos olhos
Sem palavras indecentes
Sorriso puro nos olhos
Crianças inocentes.
AUTOR: José Dias